quinta-feira, 20 de junho de 2013





O voto e a responsabilidade

Gostaria de saber se esse pessoal que vai para rua 'contra tudo que está ai', contra a 'política e os políticos', se dá realmente conta de que também é parte do que 'esta ai'? Me explico, e vou dizer no melhor português que posso. As eleições nacionais foram a cerca de 2 anos e meio e eu me lembro muito bem em quem votei para a câmara federal, estadual, senado, governo e presidência, tenho minhas frustrações com os representantes, mas também tenho orgulho de algumas conquistas. Procuro acompanhar individualmente cada um deles, quando não no geral pelo menos em temas mais polêmicos. Ao final dos mandatos vou colocar na balança as conquistas e as frustrações e ver se eles merecem a confiança depositada. 

Gostaria de saber dos manifestantes, se acompanham o trabalho dos seus representantes escolhidos, se sabem como eles votam em temas importantes, ou pelo menos nos temas polêmicos. Se pelo menos lembram quem escolheram para a câmara federal, estadual, senado, governo e presidência. E não adianta me dizer: 'ahhh, mas não adianta, o povo vota e continua tudo igual. Político é tudo igual'. Vejam bem, não estou perguntando no geral, estou perguntando no específico: tu, eleitor votante, que tem representantes escolhidos e que são pagos com dinheiro público, sabe o que o teu representante faz, sabe como ele tem votado, sabe como se posiciona? Digamos, por exemplo, sobre educação. Sabe, por exemplo, como ele votou quando foi negado os 100% dos royalities do pré-sal para a educação? 

Você também é responsável por isso. O papel do cidadão não pode ser só pagar os impostos que remuneram quem faz a política institucional, a política não acaba quando as urnas são fechadas, quando os representantes são empossados. Eles são, como o próprio nome diz, apenas representantes, o poder continua contigo, só que dali por diante o papel não é mais o de escolha, mas sim o de fiscal, controlador, auditor. 
Você é portanto corresponsável, essa é a beleza e o risco da democracia, que só pode ser eficiente se cada parte fizer o seu papel a bom termo.

Em caso contrário, de nada adianta por exemplo, o sujeito ir para a rua com apito e cartaz dizendo que quer mais $ para a educação. Se educação é realmente um tema que lhe interessa, que acha importante, mas que não sabe como o seu representante se comporta sobre o tema. Esse manifestante parece-me deixa de parecer um manifestante e me lembra mais uma vaca com um sino no pescoço que acompanha a tropa.