Este é um espaço fundamentalmente dedicado a indexar notícias relacionadas a política na América Latina e Caribe. Para o debate de questões relativas a Ciência Política e a Política Internacional e para promoção de uma cultura integracionista latino-americana. Um meio também de divulgação da pesquisa e produção acadêmica do autor deste blog.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Vamos olhar por detrás da cortina
Caros amigos, gostaria de expressar aqui minha impressão, ainda atordoada, do vi na marcha de Pelotas e pela TV. O que a princípio me parecia uma mobilização social legítima e necessária, está a cada dia se tornando algo com contornos assustadores e fascistas. Leiam e me ajudem a entender.
Como disse em post anterior, todas as demandas estavam lá, na verdade tudo estava lá, mas ainda nada tem coerência interna. Todo este processo está apenas esperando uma fagulha, um fio condutor, um fato ou factóide para justificar o que quer que seja. E vejam bem, o Brasil é muito bom nisso, basta apenas um tiro dado no pé de um governador supostamente por um segurança, um estudante morto em um restaurante universitário, ou mesmo uma simples edição de jornal feita de última hora...
As forças sombrias que assediam o poder, que o Getúlio falava em sua carta, continuam vivas e bem articuladas. Mas o fato político ainda não aconteceu, ou ainda não foi criado, tudo ainda é muito nebuloso, uma cortina de fumaça. Ou o governo organiza a pauta e bota nas e para as ruas, ou alguém o fará antes através de algum 'fato' político novo, colocando em risco a própria democracia.
Em minha opinião o pior cenário é aquele onde um fato "irá" acontecer, será repercutido pela mídia em geral e se tornará a bandeira oficial que unificará essa geleia geral das ruas em oposição frontal ao Estado como um todo. Essa bandeira será astiada por uma oposição conservadora que pedirá um endurecimento da situação, tirando para isso qualquer reminiscência democrática do caminho.
Seria definitivamente a história se repetindo como tragédia.
Estou preocupado com razão?